O Sonho da Linha...

Este é o meio do desenho de Paul klee,1932. Então nada melhor do que estar no centro do quadro do mestre. Onde Edyth Derdyk mostra na página 153, do livro Formas de Pensar o Desenho - Desenvolvimento do Grafismo Infantil. Transcrevendo um pedaço do que Bergson in Merleau-Ponty afirma: "A linha ondulosa pode não ser nenhuma das linhas visíveis da figura, ela não está mais aqui e no entanto, dá a chave de tudo. Ela está no limiar desse descobrimento importante e surpreendente de que não há linhas visíveis da figura, que ela não está mais ali do que ali, de que nem o contorno da maçã, nem o limite do campo, está aqui ou ali, de que sempre para cá ou para lá do ponto onde se olha, sempre entre ou por trás daquilo que se fita, indicadas, implicadas, e mesmo imperiosissimamente exigidas pelas coisas, sem que, sejam coisas elas próprias. Pensava-se qu elas circunscreviam a maçã ou a campina, porém a maçã e a campina formam-se por si mesmas e descem ao visível como vindas de um velho mundo pré-espacial...ora a contestação da linha prosaica de modo nenhum exclui toda a linha da pintura. Trata-se só de libertá-la, fazer reviver o seu poder constituinte e é sem nenhuma contradição que a vemos reaparecer e triunfar em pintores como Klee ou Matisse. Nunca, antes de Klee, havia-se deixado uma linha sonhar."